sábado, 21 de agosto de 2010

cap. 6 de Náuseas de Estudante [cont.]

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A família de Alex trocara o apartamento no Coração Eucarístico por um casarão no Eldorado. E Alex aparecera para visitar a mãe. E mandou avisar ao nosso HD.

Atravessando a avenida João César, a um quarteirão da casa do velho amigo, HD nota os vultos de um casal. Primeiro a mulher com uma criança de colo. Depois o homem, jovem, bem vestido, com um inconfundível livro preto debaixo do braço e uma sacola, com motivos infantis, sobre o ombro.

HD imagina-se diante de uma alucinação. Quando o casal passa sob a cascata de luz do poste, ele julga reconhecer o irmão mais velho de Alex, o transloucado Renato!

Mas deve ser engano! Renato, o beatnik, o on the road, o ‘espírito livre’, agora um convertido cristão?!


A mãe de Alex, educadíssima, num sorriso de boas-vindas. HD sem disfarçar certa timidez adentra a casa moderna e ampla com decoração discreta, digna de uma rica família católica.

É guiado até ao reservado quarto de Alex, onde o amigo está reclinado sobre uma mesa entulhada de livros. Ao lado, uma máquina de escrever, um abajur, uma Bíblia aberta. Imagem de um santo. Sob a janela, uma cama igualmente invadida por livros, roupas espalhadas, apesar do imponente guarda-roupa.

E eu que pensei que o meu quarto fosse o caos primordial!”

- Hector! Que bom que você veio!

- E eu perderia a oportunidade?

Afetuoso abraço e entusiasmo.

- Não incomodo o seu estudo?

- Ora, isso se deixa pra depois! Então como vai indo?

- Do mesmo jeito... Sufocado sob os livros. Milhares deles. Um Everest...!

Sentado na cama, HD acomoda-se, afastando os volumes de “Os Pensadores”, um dedicado aos “Pré-Socráticos”, outro, a “Nietzsche”. Sobre a almofada um denso volume de Teillard de Chardin, e ao lado, “Confissões” de Agostinho. Também obras metafísicas de Aristóteles e muitos diálogos de Platão. Alex levava a sério o curso de Filosofia!

- Tentando conciliar Agostinho e Nietzsche? O que é isso? Lendo Chardin? Ah, e Freud também!

- Ora, escrevi um trabalho sobre Nietzsche e Freud, sobre a descrença e o mundo moderno, coisas assim.

- Quero ler isso.

Ausência de valores, descrença, identidades fluídas, terapias para u mundo sem-sentido. Refutando preconceitos da psicanálise quanto às religiões.

- Veja, Hector, o mundo anda tão louco que precisaram inventar a psicoterapia, a psicanálise, a terapia de grupo, e outros consolos. Isso o padre já fazia, não?

Para deixar HD ainda mais extasiado, Alex resolve desvelar a biblioteca legada por seu pai, um psicólogo de orientação lacaniana. Acervo conservado, ainda que sem qualquer sistema, ali ao final do corredor.

Realmente desorganizada (Alex alegou falta de tempo) mas sem ocultar certa imponência. Até por algumas raridades. Toda a coleção “Os Pensadores”, toda a Brittannica, tomos completos das obras de Balzac e Chateaubriand, obras de Freud, Jung e Lacan, Ortega y Gasset e Erich Fromm, além de romances brasileiros (e alguns lusitanos) do século 19.
HD em olhares curiosos, dedos ansiosos a percorrerem os títulos, ou a folhearem volumes editados nos anos 40 e 50. até alguns da década de 30! Primeiras edições dos poetas modernistas. Os dois Andrades paulistas, o Bandeira, o Drummond, o Quitana.

A mãe de Alex aparece com um lanche. Sanduíches frios e limonada. Mastigam comentando o conceito de identidade, se a identidade enquanto consciência sobreviveria à morte do corpo.

- Se a identidade se forma o contato com o mundo material externo, e como na passagem tal estado muda, pois “o espírito sopra onde quer”, então outra identidade teremos. Como poderão me invocar? Só virá à tona as memórias do estar vivo.

HD pensava nas palavras de Alex, num esforço para sair da superfície do senso comum. Autores espiritualistas, psicólogos transcendentalistas, pesquisadores da consciência extra-sensorial.

Na sala de estar procuram algum programa interessante, zapeando nos canais da TV, mas haverá vida inteligente na mídia? E nisso o irmão de Alex, o Renato (ele mesmo1) aparece com a noiva a filhinha, enquanto arrastam a mãe, em conversas, até a varanda.

- Precisamos nos divertir, Hector, nessa metrópole. O telefone de alguma amiguinha aí?

Trocam sorrisos maliciosos. HD sabe que Alex não é um santo, mas também nenhum devasso. Que HD saiba, Alex só tivera um grande amor, e algum interesse por Sandra, mas que a pronta intervenção de HD...

- Alex, meu caro, a última vez em que me diverti foi aquela vez no clube, lá na lagoa...


E HD via-se diante de Celso, ambos apenas de calção, num duelo diante da sinuca, bola treze na segunda caçapa, e HD perdendo.

- Veja, você, Celso. O próprio nome diz, “distração”, “entretenimento”. As pessoas dizem que vão ‘distrair a cabeça’. Isso como se tivessem antes o tempo todo concentradas, raciocinando, contextualizando suas vidas e atividades. – e errou a tacada. – Mas não é o que ocorre, saiba. (O outro sabia)

- Estão constantemente distraídas, impossibilitadas de contextualizar. – HD continuava, manejando a pedra de giz na ponta do taco. – Alienadas em suas atividades, hábitos e rotinas. A diversão é a legitimação da alienação, do ópio. Não nego que o ócio seja necessário, como uma pausa, mas a diversão é distrair as mentes do pensamento, da realidade da exploração, dos antagonismos de interesses. É o que eu digo.

E Celso deu a tacada final. E ganhou.



Indagado sobre os seus projetos, HD fala em literatura. – Ler, reler, escrever. Invadir os saraus, declamar em praça pública, respirar e digerir literatura. É o que me resta.

Reclinado no sofá, com toda a preguiça do hemisfério ocidental, Alex comenta suas leituras do século 19, sua vasta cultura sobre os franceses e portugueses que vivia escrevendo obras sobre devassidões entre clérigos. E, cansado da TV, levantou-se para ligar o som, selecionando uma trilha sonora mais introspectiva, sem deixar de ser o bom e velho rock’n’roll, que HD identificou logo como Joy Division (afinal como poderia ignorar Ian Curtis?) Ah, sim, os clérigos! Em obras como as de Baudelaire, o mais católico dos profanos, e outros poetas malditos. E Chateaubriand. Evictor-Hugo. E “O Crime do Padre Amaro”, do Queirós, ou “O Seminarista”, do Bernardo Guimarães, e – contraponto a todos os anticlericais – todos os intelectuais católicos: Chardin, Gide, Bernanos, Pellegrino, Boff, Frei Beto e muitos outros, em vasta galeria que HD jamais percorreria.

Mas você acha que os burgueses tentando destronar os cristãos junto com os monarquistas e não conseguindo (vide a Restauração) não passaram a, digamos, instrumentalizar a religião para apaziguar as lutas de classes, servindo consolo às massas populares?

Conversavam nesse nível, e HD pensando no espectro de Renato agora fiel evangélico. (Transmutação que Alex não comentava, visto que católico o irmão jamais fora, e baderneiro ninguém mais suportava, mas agora um ‘crente’ na família...)

- O que sobrou para os pobres ? – HD adotava um tom mais soturno, de acordo com a melodia – O que sobrou além da religião, de uma esperança de um mundo outro e melhor, já que neste só sabem sofrer... Sobrevivem sem esse conforto psíquico para os despossuídos até de um sentido, um propósito para a vida? Os ricos pelos menos têm que lutar por algo: manter, resguardar suas propriedades, seu poderio.

Alex limitou-se a citar outro trecho de seu artigo sua tese. A Esperança: virtude ou consolo? Posse material ou progresso espiritual enquanto sentido para viver?

- O que nós mais me espanta é perceber em nossa mente de um quarto de século todo o conhecimento acumulado ao longo de três mil anos!

Alex concordava. – É, somos uma mente de três milênios que observa um corpo finito, pleno em desejos, ainda nem marcado pelas rugas do tempo.

- Mas esse distanciar existe? Afinal, não tenho um corpo. Sou o corpo. E sendo a partir dele.

- Nada antes nada depois? – Alex num olhar cortante. – Hector, você já pensou na Eternidade? Você não gostaria de viver eternamente?

- Sou o corpo. E o corpo morre.

E silenciam, evitando olhares, sob o peso da melodia.

“Here are the Young men, the weight on their shouders,
Here are the young men, well where have they been?”

Na angustiada concordância na voz de Curtis, encaram, os dois jovens, a mortalidade.




(do diário de HD)


março/2001


Andando na Praça, sábado à tarde, observo os garotos de skate. Indiferentes ao medo, na ousadia das manobras arriscadas, nada de hesitação, só aquela vontade de provar para si mesmos (e para os outros) que pode fazer: tornar-se um-com-o-risco. Salto, giro duplo. O skate é um membro de seus corpos magros e acrobáticos, artistas do circo das ruas.

Contagiado pela coragem e ousadia deles, levantei-me e desci a avenida Brasil. Sol e sombra se alternam, céu nublado. E a boca seca. Casas fechadas, janelas cerradas. Cidadãos se abrigam, temerosos da insegurança cotidiana. Atrás de alarmes, correntes, cães bravos, cercas eletrificadas, portões eletrônicos. Condomínios com seguranças particulares, cabines e câmeras. Circuito interno de TV, o velho olho-mágico, a tranca dupla, tripla, acionada à cartão-magnético, e de novo o cão bravo.

Os muros e as grades nos protegem de nosso próprio mal.” (Engenheiros)

os assassinos estão livres, nós não estamos.” (Legião)

O medo no olhar, na voz hesitante (apreensiva!) ao interfone, “Quem é?”, “Sou eu, querida. Apenas eu.” Mas o que sou eu? Devo me apresentar, “Aqui o meu cartão, madame” Pois não. Meu olhar lhe agrada? Meu sorriso lhe enternece?

Somente os skatistas em ousadia. No mais, medo e ruas vazias. Ou madames levando os poodles para um saudável passeio. Mas deixando as jóias no cofre, claro. Este senhor, na parada do ônibus, leva a mão a testa, úmida em suor nervoso, num alívio quando não o abordo, Quem ele pensa que eu sou? Mas não importa, há apenas o medo de viver. Eu invejo a ousadia dos skatistas. Em manobras impossíveis, ainda que o resultado seja aquela horrenda casca de gesso, coberta por centenas de assinaturas. Em constante risco, sem hesitar, nem que isso custe aquela cicatriz profunda e explícita!

Cheguei à Lagoinha num entardecer cinzento, de nuvens baixas que são até opressivas. Uma hesitante promessa de chuva.

A polícia só funciona quando assassinam delegado...”

A voz se eleva diante de uma banca de revistas e jornais, debaixo da passarela. Um senhor, no respeito que exige seus cabelos brancos, é ouvido por um interlocutor que poderia ser seu neto. O jovem está mais preocupado é com as modelos das capas obscenas.

Sigo, ferido pela arquitetura em ruínas da Lagoinha, bairro que Naína dizia ser o “mais feio que ela já conheceu”. Tudo aí abandonado, essas fachadas com adornos que mais parecem arabescos (alguma tradição ibérica?), que, imaginemos, lá anos 20, 30, eram a jóia da capital.

Na Antônio Carlos, avenida estreita para tanto tráfego, os ônibus passam com os torcedores ensandecidos que descem da farra do Mineirão, em pleno carnaval sobre rodas!, num entardecer úmido de sábado, beijando a camisa com o símbolo do time do coração, seja alvinegra ou azul celeste, ou mesmo, vermelha e branca, o time do coração, nem sempre o campeão, todos adeptos do pão e circo do futebol.

E então percebo um vulto que solicita um trocado, a incomodar-me, com sua roupa suja, sua fala sem nexo, seus fonemas embolados. Estendo negativas, mantenho a distância, minha frieza o intimida, e ele desaparece nas ruas estreitas.

Inútil esperar policiamento.

Lembro de outras tardes de sábado, quando voltava do Campus e ainda saía na noite, ao lado de Darío, ou de Naína, deixando o cansaço na brisa noturna. E vou pisando em poças d’água e alma. A chuva vai se animando. Mas tudo bem, um bom banho quente vai aliviar o cansaço do corpo (e quiçá da alma).

Estava aqui a escrever, quando apareceu o Flávio. Ele e o tabuleiro de xadrez. Insiste em ensinar-me o mais cerebral dos jogos. Anoto que comecei com um peão e depois o peão da rainha. Ele move o peão do cavalo do rei e depois o bispo do rei. Flávio está agitado. Trabalho, faculdade, família. O namoro com Stella. Que ela é um doce de garota, mas às vezes falta empolgação. Mas amor é assim, uma chama que vai se apagando. Para ele tudo é um peso, tudo pesa e o esmaga. Enquanto eu vivo na leveza, a insustentável. Ele sob o peso (as muitas toneladas) da vida social, das convenções. Eu às voltas com minha liberdade, áspera, de tempo livre, vivendo de Bolsa estudantil, de aulas particulares. O Flávio ainda sufocado na prisão acolchoada.

O que aflige o Flávio é o seguinte: “o saber e não poder mudar”, ou “saber não causa mudança, a menos que todos saibam”, ou ainda, “Ou a mudança é social, ou não há mudanças; se você propõe mudança e não há alcance social, você está sozinho. É declarado subversivo, e será isolado, quando não eliminado.” E o Flávio move o peão do bispo da rainha DELE.

“Ora”, eu disse, “o cara precisa saber a quem tal conjectura de ‘desordem e regresso’ é lucrativa. Mas quando descobre, logo se alia aos ‘manda-chuvas’, pois é assim que se recheia o cofre. Afinal, você vai remar contra a maré? Você, pobre pulga, vai desafiar o elefante?”, e ele, “Pois é, o cara sozinho nada significa. Fica louco, ou dizem que ele é louco. Ou mete uma bala na cabeça. Seria mais individualismo, e o que importa é a mobilização social.”


Eu, meio que recriminando, “E você que continua a andar com esse Augusto! O indivíduo perfeito, enquanto consumista! Individualismo, quando? Só vejo a ‘massa de manobra’. Antes indivíduos íntegros, plenos de si mesmos, e não seres fragmentados, incompletos, que precisam consumir para se satisfazer. E jamais serão satisfeitos! E também o problema não é o materialismo, como aí pregam os religiosos...”, e eu movia o cavalo do rei.

Ele, “Sei o que você vai dizer. Que espiritualismo é regresso, que é esperar o mundo-do-além, num resignar-se agora. E o materialismo? O que o Everton dizia? O materialismo é o trabalho, a transformação, o progresso. Que nunca se produziu tanto, mas também nunca se concentrou tanta riqueza para alguns.”

Eu, de olho no bispo da rainha DELE, “O bolo cresce, mas na hora de dividir, alguém carrega cobertura e recheio.”

Ele, prevendo minha jogada, “E aqueles sujeitos, lá na faculdade, todos cheios de si, prontos para apontar o dedo, filhos da burguesia, ou sociólogos de classe média arruinada, enquanto sociologia burguesa legitima a desigualdade.”

Eu, “Você criticaria a estrutura que favorece a sua classe? Se o jogo favorece os seus interesses, então mascaram a falta de oportunidades. Imagine os tantos Einsteins que podem surgir caso houvessem bons livros, cursos e professores! O garoto nasce com um cérebro calibrado, mas jamais vai abrir um livro de álgebra! Entende? Os homens são desiguais pois desiguais são as oportunidades e suas posições na sociedade, esse imenso tabuleiro de xadrez!”

Ele, de olho na rainha, “Mas as pessoas não são iguais. Algumas são mais simpáticas, até carismáticas! Gênios! Outras são apagadas, ‘sem sal’. Comuns. Uns mais líderes e ambiciosos que outros. As pessoas não são iguais. Os serviços prestados também não. Digamos que os meus restaurantes têm um melhor atendimento ou um melhor tempero ou um menu mais exótico... ou uma atendente mais jeitosa.... Isso fará com que o restaurante lucre, afinal será mais bem freqüentado do que outros. Eu ficarei rico e os concorrentes em apuros. O que o Estado social poderá fazer para impedir a desigualdade?”, e moveu a rainha, “Pois nesse Estado, de ideal marxista, não há lugar para os ‘golpes de mestre’, onde não encontraríamos um Henri Ford, por exemplo. Um sujeito para pensar além do seu tempo e criar algo novo, um empreendedor! Pois se o Estado fornece tudo e acomoda todos...”

Eu, preocupado com a rainha DELE, “Olhe, Flávio, muito cerebral esse seu argumento. Coisa fina. Mas você está muito preocupado com o Estado! Como se o Estado fosse o ‘grande Pai’, sei lá. O Estado só coordenaria, apaziguaria... Nada daquele Estado totalitário. Agora, se o tempero do seu restaurante é melhor do que o da esquina, então merece ser mais bem freqüentado. O Estado interviria se você quisesse comprar o restaurante da esquina e começasse a monopolizar o mercado de refeições, ao formar um cartel, algo assim...”

E eu percebo que há um bispo ameaçador. E que tenho o rei em maus lençóis. É sempre assim! Eu m empolgo com a discussão, e descuido da defesa, “não se deixe corromper por quem ‘puxa os cordões’”. Ele prepara o grand finale, “E fique longe da banda podre.” Preciso aceitar o xeque-mate.

Abril/2001


Medidas de segurança em Quebec. Cúpula das Américas. Chefes de Estado, e diplomatas, e funcionários, e delegados, e jornalistas, e muitas outras sempre ocupadas autoridades, entre miríades de documentos e propostas aguardando assinaturas.

Os manifestantes parecem que saíram daqueles filmes dos aos 70, naquela paranóia do Vietnam, com sua juventude de brados heróicos, em roupas coloridas, cabelos revoltos, em pregação por valores ditos alternativos, em vontade de deitar no verdejante relvado da natureza e declarar o entranhado ódio a todas as máquinas.

E enquanto estimam a multidão (ou multidões!) de quinze mil manifestantes, as autoridades movem as peças do tabuleiro e deslocam a infantaria de oito mil policiais para a área de segurança.

A-20. Lojistas protegem as vitrinas com medo de quebra-quebra. Quebec se transforma numa cidade sitiada. Governantes prometem ouvir representantes de ONGs, numa esperada Cúpula do Povo. Coitado do povo, não podemos deixá-lo sempre excluído! Mas os ativistas não querem migalhas e denunciam que o tal tratado de livre comércio visa a estabilidade apenas das empresas, que seriam garantidas contra ações sociais e medidas governamentais de seguridade social. Ou seja, nada pode limitar os negócios, nada pode barrar os lucros!

Mais multidões com macacões de operário, óculos de natação, capacetes de pedreiro, máscaras contra gás e botas militares.

Mas para quê, meus caros, se a própria cúpula reconhece não ser relevante, para quê? Gostam tanto assim de balas de borracha? Ou das lágrimas lacrimogêneas? Ou das carícias das forças policiais?


[...]


LdeM

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